• Aqui a descrição do post ou da categoria
  • Aqui a descrição do post ou da categoria
  • Aqui a descrição do post ou da categoria
  • Aqui a descrição do post ou da categoria
  • Aqui a descrição do post ou da categoria
  • Aqui a descrição do post ou da categoria

Epitácio Pessoa: O Paraibano que Presidiu o Brasil e Foi Reverenciado no Senado com Honras de Estado

Por Henrique Melo – Rede Sertão PB

Em 23 de maio de 2025

Epitácio Pessoa: O Estadista Imortal Reverenciado pelo Senado e pela História

Brasília viveu, no dia 22 de maio de 2025, um momento de reverência histórica. O Senado Federal abriu as portas de seu plenário para celebrar os 160 anos de nascimento de Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa, paraibano de Umbuzeiro, jurista, diplomata, político e o único brasileiro a chefiar os três Poderes da República: Executivo, Legislativo e Judiciário. A sessão especial, marcada por emoção, orgulho e um resgate profundo da memória nacional, foi presidida pelo senador Efraim Filho (União Brasil/PB), autor do Requerimento nº 23/2025 que solicitou a homenagem.

Abertura solene e composição da mesa de honra

Com a execução do Hino Nacional, a sessão teve início às 10h27. Compuseram a mesa de honra:

  • Ministro Herman Benjamin, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ),
  • Ministro Frederico de Siqueira Filho, das Comunicações,
  • Carlos Alberto Pessôa Pardellas, embaixador e neto de Epitácio Pessoa,
  • Deputado Adriano Galdino, presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB),
  • Marcílio Toscano Franca Filho, procurador-geral do Ministério Público de Contas da Paraíba,
  • Vereador Milanez Neto, representante da Câmara Municipal de João Pessoa.
  • André Gomes, vice-presidente da Famup (Federação das Associações de Municípios da Paraíba).

O presidente da sessão, senador Efraim Filho, destacou a importância de Epitácio para o Brasil e fez questão de citar autoridades presentes na plenária, muitos deles conterrâneos e admiradores da trajetória do homenageado.

Autoridades presentes e citadas

Entre os presentes citados na plenária:

  • Representantes internacionais: David Sanchez (Terceiro Secretário da Embaixada da Palestina) e Adriana Alonso Rolón (Segunda Secretária da Embaixada do Paraguai).
  • Prefeitos: Alex Sandro Azevedo (Barra de Santa Rosa), Ceninha Lucena (Bonito de Santa Fé), Emanuel Domiciano (São José do Sabugi), George Farias (Taperoá), Helder Carvalho (Sousa), Jucian Jad do Amaral (Solânea), Paulo Fragoso (Junco do Seridó), Eliane Galdino (Pocinhos), Tota (Pedra Lavrada), Nilton (Cacimbas), Chico de Eulina (São João do Cariri), Fernando Aires (Boa Vista), Jurema (Barra de Santana), Fernanda Moraes (Umbuzeiro), João Paulo França (Barra de São Miguel), José Ribeiro de Oliveira (Cubati), Danilo Rocha (Pirpirituba), Itamilson Francisco da Silva (Caturité).
  • Vereadores: Carol Gomes (Campina Grande), Rômulo Dantas (João Pessoa), David Abílio (Barra de Santana), Thatyanne Cordeiro, Sebastião Faustino (Caturité), Amadeus Arruda Almeida (Cacimbas).
  • Deputados: Tovar Correia Lima e Cicinho Lima.
  • Secretário Diego Tavares (João Pessoa), Galvincio (Ministério do Turismo), Dr. Telson e Dra. Aline Kelly (advogados), Neto Nepomuceno (ex-prefeito de Barra de Santa Rosa), Arthur Ribeiro Coutinho (Correios), Felippe Morais (Ministério dos Transportes).
  • Marcelo Pessoa de Aquino, delegado da Polícia Federal e trineto-sobrinho de Epitácio Pessoa; Sérgio Luiz Pardellas, trineto.

As falas que marcaram a sessão

Durante a sessão, discursos emocionantes revelaram aspectos históricos e humanos de Epitácio Pessoa. Destacamos algumas falas que simbolizaram o espírito do evento:

Carlos Alberto Pessôa Pardellas: “Foi Epitácio quem autorizou a construção do Cristo Redentor após consulta à Procuradoria-Geral, respeitando a laicidade do Estado.” “Em um sítio em Nogueira, Petrópolis, Epitácio leu o jornal ao longe enquanto minha avó dizia: ‘Quando um de nós morrer, quero viver em Roma’. Epitácio respondeu: ‘Quando um de nós morrer, eu volto para a Paraíba’. E voltou, mas morto.”

Adriano Galdino: “Epitácio ficou órfão aos oito anos. Nós que tivemos pai e mãe tivemos pilares. Ele não. Mesmo assim, venceu pela educação.” “Se Epitácio estivesse vivo, estaria levantando uma bandeira contra a injustiça orçamentária praticada contra o Nordeste há mais de um século.”

Herman Benjamin: “Epitácio foi o homem público mais importante da Paraíba. Nenhum outro brasileiro chefiou os três Poderes.” “Se Epitácio governasse hoje, cuidaria da desertificação e da cobertura vegetal da Caatinga.”

Frederico de Siqueira Filho: “Foi em seu governo, em 1922, que a voz de Epitácio ecoou na primeira transmissão radiofônica do Brasil, no Centenário da Independência.”

Matheus de Medeiros Lacerda (coautor intelectual do requerimento e Neto dr Barto Medeiros de Santa Luzia-PB): “Epitácio foi o primeiro Presidente brasileiro a visitar os EUA, Canadá, Bélgica, entre outros, após a Conferência de Versalhes.” “Na Conferência de Paz de Versalhes, ele foi indicado como candidato à Presidência ainda no exterior, o que mostra sua projeção internacional.”

Marcílio Toscano Franca Filho: “O único império que Epitácio comandava era o império da lei.” “Assim como o umbuzeiro, árvore símbolo de Umbuzeiro, Epitácio é a reserva moral resistente da política brasileira.”

Milanez Neto: “Seu maior legado foi o exemplo: é possível governar com ética, sem trair os próprios valores.”

Cicinho Lima: “Vai, boiadeiro, que a noite já vem. Epitácio Pessoa, você está de parabéns.”

Um legado que ecoa na história

Epitácio Pessoa não foi apenas Presidente da República. Sua biografia impressiona: Ministro da Justiça, Ministro do Supremo Tribunal Federal, relator do Código Civil de 1916, Procurador-Geral da República, Senador, Deputado Constituinte, Chefe da Delegação Brasileira na Conferência de Paz de Versalhes (1919) e Presidente eleito no exterior. Foi responsável por mais de 200 açudes no Nordeste, combate à seca, criação da Universidade do Rio de Janeiro e instalação da primeira estação de rádio no país. O Açude Epitácio Pessoa (Boqueirão) em Campina Grande leva seu nome.

João Pessoa e João Suassuna, que protagonizaram eventos dramáticos ligados à Revolução de 1930, também fazem parte do contexto histórico que envolve a memória política paraibana, com João Pessoa sendo sobrinho de Epitácio. Ariano Suassuna, filho de João Suassuna, construiu sua arte sob o peso dessa história familiar, que se entrelaça com o destino da política nacional.

Com este evento, o Senado Federal não apenas prestou uma homenagem: reconectou o presente com um passado de grandeza, reafirmando a Paraíba como um celeiro de lideranças que deixaram marcas profundas na história brasileira.

Epílogo: A fala do historiador Matheus de Medeiros Lacerda, autor do livro "Diplomacia Presidencial de Epitácio Pessoa"

“Bom dia.

É uma honra muito grande estar aqui.

Queria agradecer ao Presidente Efraim pela aceitação do convite da sessão solene para Epitácio Pessoa. Na sua pessoa, eu homenageio todos os presentes à mesa, todos os paraibanos, todos os brasileiros que estão aqui presentes.

Queria começar minha fala dizendo da importância desta sessão solene. Nas conversas que eu tenho com Efraim — Efraim é meu colega de faculdade, é meu amigo pessoal —, eu disse a ele, na primeira vez em que a gente falou sobre Epitácio Pessoa, ele era Deputado Federal, eu disse a ele que haveria o sesquicentenário, os 150 anos de Epitácio Pessoa. Ele compreendeu a importância, fez o requerimento, e a gente organizou a primeira sessão solene em homenagem a Epitácio. E hoje em dia, eu disse a ele que ele é o guardião da história de Epitácio.

Epitácio Pessoa não é só o maior paraibano, é um dos maiores brasileiros que o país já teve. Muito foi falado aqui sobre a sua origem, a sua orfandade aos oito anos de idade e a sua trajetória política — ele passou por inúmeros cargos —, mas eu queria fazer um breve relato do que eu, ao longo dos meus anos de estudo sobre Epitácio Pessoa, sobre a sua diplomacia...

Entre 1914 e 1918, na Grande Guerra, que ainda não era conhecida como a Primeira Guerra Mundial, os vencedores se reuniram em Versalhes para entregar aos alemães a rendição, e lá estava Epitácio Pessoa, chefiando a delegação brasileira, após a recusa de Ruy Barbosa ao convite, com receio da política da época. E foi a atuação de Epitácio lá que favoreceu que ele fosse indicado pela convenção nacional como candidato oficial do governo àquela eleição, após a morte de Rodrigues Alves.

Naquele momento, as nações vencedoras da guerra estavam reunidas para definir uma nova ordem mundial. E lá estava Epitácio Pessoa, que, com sua capacidade política, com sua capacidade pessoal, com sua inteligência, não só teve sucesso nas contendas que tinha ido resolver, notadamente na questão do café que tinha sido apreendido, como dos navios também que a gente tinha capturado na guerra.

Fomos vitoriosos e fomos além disso: participamos de diversas comissões, e Epitácio acabou se tornando um dos fundadores da Liga das Nações.

Descobri, nas minhas pesquisas, fotografias em que ele estava sentado no momento em que foram entregues por Clemenceau, o representante da França, os termos da paz, e Epitácio estava lá.

A primeira vez em que um Presidente brasileiro visitou os Estados Unidos foi com Epitácio Pessoa; a primeira vez em que visitou o Canadá foi com Epitácio Pessoa; a primeira vez em que visitou a Bélgica foi com Epitácio Pessoa.

Nenhum convidado do Rei da Itália era recebido pelos Papas desde as guerras napoleônicas, e Epitácio foi o primeiro a ter essa honra.

Ele idealizou um código de Direito Internacional Público, que foi amplamente divulgado e até hoje é estudado — muito avançado para a época.

Foi na sua Presidência que o Brasil organizou o Campeonato Sul-Americano de Futebol, em 1919, e nós fomos campeões. Foi também sob sua liderança que o Brasil mandou uma delegação para os Jogos Olímpicos da Antuérpia, onde conquistamos nossas primeiras medalhas de ouro, prata e bronze.

Efraim, eu só tenho a agradecer como um 'epitaciólogo'. E agora eu chamo você também de 'epitaciólogo', porque você também é um guardião da história de Epitácio Pessoa.”

Henrique Melo – Rede Sertão PB

Postar um comentário

0 Comentários