Na pacata cidade de Vila Pavão, no Espírito Santo, com cerca de 9.320 habitantes (de acordo com o senso do IBGE realizado em 2014), um acontecimento em 24 de julho de 2017 mudou para sempre a vida de uma família. Katiane Renock Zava, de apenas 17 anos, filha única de Adilso José Zava e Luciane Renock Zava, desapareceu em circunstâncias que até hoje permanecem um enigma. A angústia de seus pais e as lacunas deixadas pela investigação tornam esse caso um dos mais intrigantes da região. Essa reportagem reconstrói os detalhes daquela manhã fatídica e o impacto do desaparecimento em uma família que vive à espera de respostas.
Vamos aos fatos
Em 24 de julho de 2017, uma segunda-feira, a pacata cidade de Vila Pavão, no Noroeste do Espírito Santo, vivenciou um acontecimento que abalaria sua tranquilidade: o desaparecimento de Katiane Renock Zava, de apenas 17 anos, filha única de Adilso José Zava e Luciane Renock Zava. Desde então, o caso permanece envolto em mistério, marcando a vida da família e da comunidade local, que luta por respostas.
O Contexto Familiar
Adilso e Luciane viviam com a filha no Córrego da Rapadura, uma localidade rural a cerca de sete quilômetros do centro de Vila Pavão. Com dois alqueires de terra, o casal retirava seu sustento da lavoura e da criação de animais. Em meio ao trabalho árduo, a família mantinha uma rotina simples, onde Katiane era o centro de suas vidas e a esperança de um futuro melhor.
Vila Pavão, com uma população estimada de 9.320 habitantes segundo o Censo do IBGE de 2014, é uma cidade tranquila, onde o desaparecimento de uma jovem foi um choque para todos.
O Dia do Desaparecimento
Na manhã do dia 24 de julho, Katiane saiu de casa com o pai, que a deixou na rodoviária de Vila Pavão. Ele tinha compromissos em Nova Venécia, uma cidade vizinha, e voltaria no no início da tarde para buscá-la no mesmo local onde a havia deixado. A jovem planejava comprar uma chapinha para cabelo que tinha sido anunciada em um bazar (local) do Facebook.
O plano era simples: Katiane aproveitaria a manhã para ver uma chapinha anunciada em um bazar e encontraria o pai à tarde para retornar juntos para casa. Mas nada ocorreu como planejado.
Por volta do meio-dia, Adilso retornou à rodoviária e percebeu que Katiane não estava no local combinado. Inicialmente, pensou que ela tivesse pego carona para casa, mas, ao chegar, encontrou Luciane preocupada: "Cadê minha filha?" A busca por Katiane começou imediatamente, mas ninguém tinha informações concretas.
Um Destino Incerto
O mistério se intensificou quando foi descoberto que, excepcionalmente naquele dia, Katiane não deixou o capacete em uma farmácia de conhecidos, como costumava fazer. O destino que ela seguiu após ser deixada na rodoviária permanece desconhecido.
As Últimas Imagens e os Boatos
Uma câmera de segurança de um supermercado capturou as últimas imagens conhecidas de Katiane. O vídeo mostra a jovem atravessando uma rua e, em um momento, ao que parece, interagindo rapidamente com um rapaz em uma motocicleta. Ele segue adiante, mas logo retorna na direção em que ela havia ido. Esse registro, no entanto, não foi amplamente divulgado na época, devido à orientação dada à família, que optou por não expor as imagens publicamente, contrariando recomendações para casos de desaparecimento.
Boatos começaram a circular na época
Algumas pessoas alegaram ter visto uma jovem parecida com Katiane usando roupas de academia e acompanhada de um homem desconhecido, mas essas informações nunca foram confirmadas e são consideradas, pela família, como confusões causadas pela semelhança com outra pessoa.
Essas testemunhas podem ter confundido Katiane com outra pessoa.
A Última Conversa com o Namorado e um sonho perturbador
Nas primeiras horas do dia 24 de julho, poucas horas antes do desaparecimento, Katiane trocou mensagens com seu namorado, que morava a mais de mil quilômetros de distância. Durante a conversa, ela mencionou um episódio que havia perturbado sua mãe na noite anterior: o lustre da casa balançava sem explicação, e Luciane passou a noite acordada, sentindo medo. O detalhe curioso é que não havia nenhuma corrente de vento no local e essa havia sido a primeira vez que tal fato acontecia.
O namorado também relatou um sonho que havia tido. No sonho, a mãe de Katiane estava morta e dizia para ele não olhar para ninguém além da filha ou então olhar para o chão. A jovem reagiu de forma descontraída: "Eu tava morta? kk" Ele respondeu: "Não, meu amor, só sua mãe." Esse diálogo peculiar não deixa de ser um detalhe que intriga todo o mistério em torno do caso.
A Vida Após o Desaparecimento
Desde o desaparecimento, Adilso e Luciane vivem em um estado constante de espera e sofrimento. Em julho de 2019, em uma entrevista ao Correio9, o casal descreveu a dor de perder a filha única e a dificuldade de lidar com a falta de respostas.
"É como se a gente vivesse preso em um pesadelo do qual nunca acordamos. Todo dia esperamos uma notícia, mas ela nunca chega," disse Luciane. A família, que já enfrentava os desafios da vida rural, viu sua existência virar de cabeça para baixo.
Impacto na Comunidade
O desaparecimento de Katiane abalou profundamente a comunidade de Vila Pavão. Na cidade, onde todos se conhecem, o caso gerou uma onda de solidariedade e especulação, mas também trouxe um sentimento de insegurança. Com o passar do tempo e a ausência de novas pistas, as buscas se tornaram menos frequentes, mas a memória de Katiane continua viva.
O Apelo por Respostas
Quase sete anos após o desaparecimento, Katiane Renock Zava permanece como uma lembrança dolorosa para sua família e amigos. A ausência de respostas e a incerteza sobre seu paradeiro são feridas que não cicatrizam.
Se você tiver qualquer informação sobre o caso, entre em contato com as autoridades locais. Para Adilso e Luciane, cada detalhe pode ser crucial para desvendar o mistério e trazer algum tipo de fechamento para essa história.
Katiane Renock Zava: Uma Jovem, Uma Esperança, Um Mistério Sem Solução.
Henrique Melo - Rede Sertão PB
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