O jornalismo, assim como qualquer outra profissão, exige aprendizado contínuo. Um jornalista não nasce sabendo tudo, mas aprende no dia a dia, seja em sua especialidade ou em áreas completamente novas. Entretanto, a memória pode falhar, e, sem foco e revisão, o conhecimento se perde. Por isso, a confecção de uma matéria em um grande jornal é um processo que combina aprendizado, pesquisa rigorosa e interpretação.
O Processo de Produção de uma Matéria
Quando um jornalista é pautado para cobrir um tema, ele raramente domina completamente o assunto. Normalmente, recebe um briefing (resumo) básico, mas cabe a ele expandir esse conhecimento por meio de pesquisa. Antigamente, isso significava horas em bibliotecas, consultando livros físicos. Hoje, com a internet, a pesquisa ganhou agilidade, mas não perdeu sua essência: encontrar, verificar e interpretar informações.
O trabalho do jornalista é semelhante ao de um professor preparando uma aula ou um estudante aprendendo um assunto para uma prova. Ambos precisam estudar e entender o material antes de apresentá-lo. No caso do jornalista, essa apresentação ocorre em forma de texto, e a clareza é fundamental para informar o público.
Livros Físicos versus Digitais
Há um preconceito sobre a leitura digital, como se ela fosse inferior à leitura de um livro físico. Isso é um equívoco. As palavras, a qualidade das ideias e a profundidade da informação permanecem as mesmas. Assim como acessar o Google para encontrar fontes não é diferente de consultar um índice em uma biblioteca. O Google é apenas um mecanismo de busca, uma ferramenta para apontar onde está o conhecimento, tal como um mapa indica a localização de uma biblioteca.
O Papel Histórico do Jornalismo
O jornalismo é, em essência, um registro da história em tempo real. Um exemplo disso é o livro "A Ribeira do Sabugy e Suas Histórias, 1701-1961", de José Dantas Neto, que utiliza matérias jornalísticas para documentar eventos regionais. Sem o trabalho dos jornalistas, muitos acontecimentos seriam esquecidos.
Uma boa reportagem também exige comparação e contexto. Por exemplo, no caso da matéria sobre "ovum in ovo", falando sobre um fenômeno raro de formação de ovo dentro de outro ovo e que ocorreu recentemente aqui em nossa região, na comunidade Riacho da Serra, pertencente a São José do Sabugi-PB. Isso levou a uma conexão com um caso semelhante, só que ocorrido em humanos, que aconteceu aqui em Santa Luzia há cerca de 40 anos aproximadamente, fato do qual eu tinha uma vaga lembrança, chamado de "fetus in fetu", em que um feto mal formado se desenvolve dentro do corpo de seu gêmeo. Essa anomalia, registrada cientificamente desde o século XIX, ocorre em aproximadamente 1 a cada 500.000 nascimentos e pode ser explicada por hipóteses como o desenvolvimento de um gêmeo parasitário ou a formação de um teratoma avançado. O rigor na pesquisa e a simplicidade na explicação tornaram a matéria acessível, demonstrando a importância do papel do jornalista em interpretar e contextualizar informações complexas.
Resumindo
Precisei pesquisar para ver o que era, percebi a similaridade com um caso ocorrido aqui, há quase 40 anos, em humanos, onde também precisei pesquisar para entender e poder, de forma clara, explicar em minha matéria.
Conclusão: Jornalista como Historiador e Educador
O jornalista é tanto um historiador quanto um educador. Ele constrói pontes entre os fatos e a compreensão pública, traduzindo temas complexos em narrativas claras e precisas. Seja investigando fenômenos científicos ou narrando eventos históricos, sua função é garantir que o conhecimento seja preservado, interpretado e acessível. Afinal, aprender exige esforço, seja lendo um livro, pesquisando na internet ou revisando constantemente o que já se sabe.
Henrique Melo - Rede Sertão PB
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